Um dia difícil de esquecer
Metroviários e usuários do metrô, as maiores vítimas desse sofrimento
Por: José Natalício – Diretor suplente de imprensa e comunicação
Foto: JC/imagem
De repente somos surpreendidos com um incidente anunciado, os trabalhadores e trabalhadoras do metrô do Recife assistem algo que pensávamos que não aconteceria, uma colisão entre dois trens.
Há trinta e cinco anos, quando entrei nesta empresa e fiz cursos com o corpo técnico, aprendi que o sistema de segurança conhecido como ATC, uma sigla em inglês das primeiras composições, que significa, controle automático de trens impediria que acidentes desse tipo pôde-se acontecer. Outra coisa que me chamou atenção na época era o valor da passagem, menos da metade do valor do ônibus, isso era uma realidade porque o metrô foi idealizado para ser uma empresa de prestação de serviço para a sociedade.
Mas com o decorrer dos anos muita coisa mudou, o nosso metrô que já foi elogiado pela organização e limpeza, agora é atacado devido a situação que se encontra. Falhas e paralisações no sistema estão acontecendo quase que semanalmente e a imprensa se empenha em mostrar a situação, mas sem explicitar a real situação que trabalhadores e trabalhadoras do sistema metroviário enfrentam devido a falta de investimento do Governo Federal.
O ocorrido na estação Ipiranga é a ponta do iceberg. A empresa CBTU vem sofrendo, ao longo dos anos, cortes de investimentos que afetam diretamente a segurança e a manutenção do sistema. O Governo Federal permite que a empresa sofra um processo de sucateamento gradual para fortalecer o discurso a favor da privatização.
Empresa gerida por um estado que conscientemente coloca as vidas das pessoas em risco, em prol de um projeto de sucateamento que nos prejudicará como profissionais, mas, sobretudo o conjunto da sociedade recifense.
Este incidente demostra o tamanho da responsabilidade que está sobre cada administrador e funcionário da empresa, e mostra também o retrocesso de investimentos em políticas sociais praticado pelo Governo Federal. No final, serão os trabalhadores(as) metroviários(as) e usuários do metrô as maiores vítimas desse sofrimento.