Transnordestina: trabalhadores e trabalhadoras na luta contra demissões arbitrárias
Sonho de integrar o Nordeste pelos trilhos virou sucata
Dos cerca de 300 km destinados ao Estado e que cortava Alagoas de Porto Real do Colégio, no extremo sul do Estado, até o Norte e Zona da Mata, entre Rio Largo (Lourenço de Albuquerque), Murici, União dos Palmares e o município de Quebrangulo, antes de chegar a Pernambuco, virou sucata junto com o que ainda restava de material ferroviário (pedaços de trilhos e de vagões).
A Trasnordestina — malha ferroviária destinada ao transporte de cargas de trem e a ligar (integrar) o porto de Suape, em Pernambuco, aos estados de Alagoas, Piauí, Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba, encerrou suas atividades e atualmente, junto com ferros e vagões carcomidos com ação do tempo e da enxurrada de 2010, se afogou também o sonho alagoano de integrar a concorrida malha ferroviária do Nordeste.
Matagal, animais, alagamentos e até um casebre construído na linha fazem parte de onde estava o traçado para os trilhos do desenvolvimento por meio de cargas de trens. Tudo isso apenas constata total abandono no sonho dos alagoanos de integrar o Nordeste pelos trilhos.
No pico das obras, antes de 2010, o trecho de Alagoas da Transnordestina, que compreende os municípios de Porto Real Colégio, no extemo sul fronteira com Sergipe, e São José da Laje, extremo norte fronteira com Pernambuco, chegou a ter cerca de 600 trabalhadores no canteiro de construção das linhas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Estado de Alagoas, Luciano Gama, apesar de já ter sido comunicado do fechamento da empresa em Alagoas, os trabalhadores não vão desistir até encontrar uma solução para reverter essas demissões.
A linha ferroviária da Trasnordestina em operação atualmente, com 1.190 km em bitola métrica, liga os portos de Itaqui (São Luis/ MA), Pecém (São Gonçalo do Amarante/ CE) e Mucuripe (Fortaleza/ CE), promovendo a integração e dinamizando a economia regional. A FTL movimenta cargas com 92 locomotivas e 1.434 vagões.
O Sindmetro/PE esteve presente no ato Público em defesa da readmissão dos companheiros ferroviários da FTL-Ferrovia Transnordestina e Logística e RFFSA, e também pela reativação da ferrovia no Nordeste. O ato aconteceu no último dia 07 de novembro, em frente a Sede da TLSA/FTL na cidade de Fortaleza – CE.
Os/as dirigentes Arinadja Barros, Josi Souza, Natália Costa, Risolene Nascimento, Rômulo Costa, Ronaldo Carvalho, Telma Barbosa e Thiago Calado integraram a caravana.
Demissões arbitrárias iniciaram em outubro e atingiram trabalhadores e dirigentes da FTL e da RFFSA – Rede Ferroviária Federal S/A. Em nota, a entidade explica que as demissões estão relacionadas ao tenebroso período de concessão, que iniciou com a desestatização da extinta RFFSA , quando a Malha Nordeste foi para leilão em 18 de julho de 1997.