Depoimento de metroviário chama a atenção para o óbvio: A vida vem em primeiro lugar!
Em sua rede social o metroviário Valmir Assis manifesta inquietação sobre a vivência do execução de seu trabalho nesses dia de redução dos horários de atendimento do metrô do Recife. Sua inquietação se dá pelo quê, para nós do sindicato parece óbvio, a valorização da vida em primeiro lugar. Cabe o Estado, os patrões e cada individuo que utiliza do metrô se dar conta disso também.
“Sou metroviário, tenho inúmeras críticas à gestão da empresa, mas uma chuva de críticas à modificação do horário de funcionamento do metrô é algo muito preocupante. As queixas são várias:
- Tem aglomeração, aí é pior;
- Precisamos chegar no trabalho no horário;
- O metrô precisa voltar a rodar às 5h pra evitar tumulto…
E por aí vai…
As medidas tomadas são uma forma de a empresa zelar pela saúde de seus funcionários. O sindicato agiu diretamente na discussão sobre os cuidados com a categoria. Os funcionários acima de 60 anos e parte do grupo de risco foram afastados. Alguns estão adoecendo, de atestado médico ou licença acompanhante pra cuidar de seus dependentes (fiquei afastado por 14 dias, no mês de março). A cada dia o número de funcionários será reduzido por conta dessas questões.
Trabalho numa das maiores estações da linha centro e conheço boa parte dos usuários, converso, dou orientação sobre paradas de ônibus, eles dizem aonde trabalham… Ouso dizer que a maioria das pessoas que aqui passam NÃO trabalham em serviço essencial. Algumas empresas que já deveriam adotar serviço de trabalho em casa, mas ainda estão expondo seus funcionários. Pessoas passam aqui todos os dias pra comprar pequenas quantidades de alimentos na feira, quando poderiam ir uma única vez. Está na hora das empresas modificarem os turnos. Não dá pra todo mundo pegar no plantão às 7h ou às 8h. É preciso haver uma variação de entrada nos plantões entre 6h e 10h, para distribuir os usuários de metrô e ônibus nós vários horários.
Apesar de todas as críticas à CBTU, está na hora dos usuários do metrô cobrarem das demais empresas e serviços com a mesma ênfase. Estamos em Pandemia! Ninguém conseguirá resolver essas questões, sozinhos.
Obs: enquanto concluo essa postagem, o sindicato acaba de chegar para fiscalizar se estamos recebendo EPI necessário para o exercício da função.”
Valmir Assis – ASO Estação – Assistente Operacional Estação