Democracia SIM, Ditadura NUNCA MAIS
O resultado das eleições gerais neste primeiro turno manifestou um alto índice de rejeição ao sistema político vigente. Nas eleições parlamentares, nacional e estaduais, a margem de renovação foi significativa, fruto de uma crise de representatividade capitalizada por um sentimento conservador. No Senado Federal, 8 das 54 cadeiras serão ocupadas por reeleitos, enquanto na Câmara, esse índice supera 50% das vagas.
Porém, o dado positivo dessa renovação se encerra por aí. Pois, ainda que tenha havido renovação, as bancadas conservadoras do Boi, da Bíblia e da Bala saíram fortalecidas, e pior, com uma roupagem ainda mais despida de interesses públicos. Isso, pois elas cresceram sustentadas no discurso de alguém que encarnou uma postura de liderança ante esses setores, o candidato a Presidência da Republica Jair Bolsonaro, que mescla uma retórica economicamente neoliberal e extremamente conservadora nos costumes.
Os riscos do resultado eleitoral superam a perspectiva de termos na chefia do poder executivo alguém alinhado ao Mercado, pois, no caso do candidato do PSL, trata-se de alguém que relativiza qualquer preceito democrático. Não são poucas as intervenções em que ele e o candidato à vice, o general da reserva Augusto Mourão, sinalizam a intenção de negligenciar preceitos constitucionais, flertar com o autoritarismo e até criar perspectivas de fechar o congresso, além de negar a Constituição Federal que acaba de completar apenas 30 anos de existência.
A pauta política do país em um governo com esse viés seria submetida constantemente a chantagens e frases de efeito pondo a democracia em risco cotidiano, causando medo até aos amigos do Mercado, ao qual sua plataforma está submetida, e que, no frigir dos ovos, nem está tão preocupado com a condução política, desde que sejam satisfeitos os desejos de liberalização e desregulamentação econômica. Leia-se aqui, privatizações e supressão de qualquer regulação ambiental, fiscal e trabalhista.
Dessa forma, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto estariam imbuídos no sentido de atender os interesses do Mercado, extinguindo e silenciando o Serviço público, sindicatos, ONG’s e amordaçando a sociedade civil. Diante de tamanho desastre que resultaria em mais desemprego, piora nos serviços públicos, baixos salários, menos direitos e aumento do custo de vida, defender o projeto político e a plataforma de governo de Fernando Haddad neste segundo turno se torna uma tarefa central aos que defendem a democracia.