Presidente da Fenametro, Luiz Soares participa de Encontro com Anistiados da CBTU em Pernambuco

 O presidente da Fenametro, Luiz Soares, que também preside o Sindmetro-PE, participou na última terça-feira (29), de um encontro promovido pelo sindicato estadual, com metroviárias e metroviários anistiados da CBTU/Metrorec, em Pernambuco. O evento celebrou os 35 anos de resistência desde as missões arbitrárias promovidas pelo governo Collor e os 20 anos de reintegração de servidores, ocorridos entre 2005 e 2006, no primeiro governo Lula.

Durante uma atividade, Luiz Soares lembrou a injustiça cometida contra os servidores nos anos 1990. "Esse foi um dos maiores erros do governo Collor. Centenas de trabalhadores foram demitidos sem justa causa, jogados para fora da empresa sem qualquer justificativa. Foi preciso muita luta, por mais de 15 anos, para garantir o retorno de quem nunca deveria ter saído" , destacou o presidente da Fenametro.

A história dos anistiados da CBTU está inserida em um contexto nacional. Entre 1990 e 1992, durante o governo Collor, 103 milhões de servidores públicos foram demitidos sem justa causa sob o argumento da chamada "caça aos marajás". Através da Lei 8.878/94 e forte pressão dos movimentos sociais, muitos trabalhadores que foram desligados garantiram sua reintegração. Desses, cerca de 12,3 mil já foram readmitidos, entre eles 108 trabalhadores da CBTU em Pernambuco. Thiago Mendes, vice-presidente do Sindmetro-PE, destacou a relação de aprendizado com os servidores naquela época. “Vocês são o polo mais consciente da época, a vanguarda mais consciente da época e os lutadores, que me influenciaram. Sempre tiveram um aprendizado para colocar para a nova geração. Para segurar a CBTU é preciso ter garra, é preciso ter firmeza e preciso ter posição. E é preciso ter um projeto, que tenha como base a classe trabalhadora” , disse Thiago Mendes.

Apesar da conquista da anistia, o retorno ao trabalho não foi automático nem isento de problemas. Enfrenta muitos desafios defasados, cargas incompatíveis, além de assédio, discriminação e perseguições. A diretora do Sindmetro-PE, Gyzelly Hadassa, uma das homenageadas por também integrar o grupo de anistiados, falou sobre a luta e as injustiças cometidas com a demissão de muitos trabalhadores na época. "Não deixo de acreditar que a justificativa foi a homofobia. Não existia nenhuma conduta que colocasse em cheque minha carga na CBTU. Somos concursados e não cabia a injustiça que cometemos. Mas aqui, neste evento, eu acredito que ainda temos esses acessórios e temos nossos direitos, que não vieram por completo, mesmo com tanta luta." , disse a diretora.

O encontro no Recife foi marcado por depoimentos emocionantes, homenagens e reafirmação do compromisso do movimento sindical com a memória histórica, a substituição das injustiças e a defesa dos serviços públicos. Agregado a isto, a Fenametro reitera sua solidariedade aos companheiros anistiados e reafirma sua luta pela justiça e valorização de todos os trabalhadores e trabalhadoras das companhias ferroviárias do Brasil.

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