Metrô do Recife: Sindmetro-PE promete ações judiciais caso CBTU divulgue boatos sobre privatização
Caso o acordo com CBTU não seja assinado até outubro, metroviários prometem parar o sistema metroviário na Região Metropolitana do Recife
O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) esteve reunido na noite de terça-feira (27), na Estação Recife, localizada no bairro de São José, Centro da capital, com a categoria, para tratar de informes sobre a retirada da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do Plano Nacional de Desestatização (PND) e o Acordo Coletivo Especial (ACE).
O presidente da categoria, Luiz Soares, revelou insatisfação a respeito da divulgação de informações, por parte da direção da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), José Marques, indicando possível concessão do Metrô do Recife à iniciativa privada, causando terror em todos os trabalhadores do sistema pernambucano.
A entidade sindical identifica José Marque como integrante do grupo político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Luiz Soares disse que esteve em reuniões com o senador Humberto Costa e com responsáveis pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e que em nenhuma dessas mesas de discussão a privatização do Metrô do Recife foi mencionada.
“O que vem ocorrendo é uma onda de terrorismo por parte da direção da CBTU, dizendo que vai ser privatizado o Metrô do Recife no mês de outubro. O que vai ocorrer é esse estudo que definirá o que vai acontecer com o sistema, seja a privatização ou não. Caso essa falácia continue, o sindicato tratará o assunto na Justiça”, disse o presidente do sindicato.
Histórico de lutas do sindicato contra a privatização
Em 2022, durante o governo de Paulo Câmara, o Sindmetro-PE conseguiu impedir a inclusão do Metrô do Recife no programa de privatizações, convencendo o governo a recuar e engavetar os estudos que visavam a entrega do sistema à iniciativa privada.
“Se essas falsas informações continuarem a ser divulgadas, tomaremos as devidas medidas judiciais e apresentaremos uma denúncia formal ao Ministério Público. Temos documentos, assinados por Giuliano Mestolo Pereira, gestor de contrato, a mando de não sei quem, que são e podem ser usados como instrumento para denunciar a CBTU, caso algum trabalhador sofra algo, e ele vai assumir. Não vamos tolerar que a gestão use mentiras para desestabilizar nossa categoria”, disse Luiz Soares.
A categoria decidiu em votação permanecer em Estado de Greve até o dia 1º de Outubro, quando aguardará os próximos passos nas negociações para a assinatura do Acordo Coletivo Especial (ACE) com o Governo Federal e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
Caso o acordo não seja assinado até essa data, a categoria promete paralisar o sistema metroviário na Região Metropolitana do Recife.
Soares disse aos trabalhadores que, ao tomar conhecimento dos boatos, confrontou diretamente Cleiton Barros, assessor de Marcos Cavalcanti, diretor da CBTU, sobre a veracidade das informações.
“O assessor prontamente negou as informações divulgadas, afirmando não ter conhecimento de nenhuma movimentação concreta sobre a privatização que justificasse os rumores que chegaram até os metroviários e que a prioridade do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) é a assinatura do ACE”.
No entanto, a postura da CBTU foi criticada pelo sindicato, que vê nas atitudes do diretor-presidente, José Marques, uma tentativa de criar um clima de insegurança entre os funcionários.