Não são apenas números, são vidas perdidas
No dia 7 de janeiro, primeira semana de 2021, o Brasil atingiu a triste marca de 200 mil pessoas que perderam a vida por conta da Covid-19. Sendo a primeira vítima fatal registrada no dia 12 de março de 2020. O país nesse início de ano também bate recordes diário de óbitos, por complicações provocadas pelo Coronavírus. Os dados são do Conselho Nacional de Secretários de Saúde.
O Brasil esta atrás apenas dos Estados Unidos com o maior número de mortos e infectados. Aqui, lá e em todos os países que estão sofrendo as barbáries dessa pandemia, é a população mais vulnerável em situação de rua, ribeirinhos, moradores de favelas, quilombolas e indígenas, seguimentos socias majoritariamente compostas por negros, mulheres, além da população LGBTQIA+, os perfis humanos que tem sido acometidos com maior intensidade com essa tragédia.
Entender a dimensão desse impacto devastador implica a compreender que por trás dos números estão vidas humanas, famílias brasileiras sendo desmontadas e um receio real de que algo deve ser feito urgentemente para frear essa onda de tristeza.
Desigualdade social
O espelho desse desastre social agrava o principal problema vivido no Brasil, a desigualdade. Em outubro do ano passado 14 milhões de famílias estavam inscritas no Cadastro Único do Ministério da Cidadania, do governo federal; são quase 40 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza.
Pessoas que em absoluta maioria não tem acesso regular à água, higienização, moradia própria e que se veem descobertas, ainda mais com o fim do auxílio emergencial que chegou a alcançar mais de 60 milhões de brasileiros. O aumento de famílias em situação de extrema vulnerabilidade cresceu em mais de 1 milhão e 300 mil, só nos dois primeiros anos do governo Jair Bolsonaro.
Vencer a pandemia e a desigualdade
A adoção de políticas públicas baseadas em evidência científica é determinante no destino da saúde e da vida da população brasileira. Posturas negacionistas e de desdenho com às famílias e vítimas, sustentando mentiras de que “o Brasil é referência no combate à covid-19”, chamando o vírus de “gripezinha” e mais, pondo em dúvidas a eficácia de uma política de imunização através da vacina, tal como sistematicamente tem feito o Presidente da República, apenas colocará mais gente em risco de morte.
Vencer o Coronavírus implica na construção de uma política nacional integrada que inclua os estados e municípios para o enfrentamento da doença, com o imediato início das vacinações, seguindo criteriosamente o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS). Diante de um desafio em escala tão grande, aplicar uma sistemática de imunização da população do país obedecendo critérios sociais e humanitários é hoje o primeiro passo para o país iniciar também a batalha contra a abissal desigualdade social brasileira.
A partir daí, cabe ao Estado garantir acesso à renda básica para os socialmente vulneráveis, fazendo os setores econômicos fundamentais voltarem a funcionar, o que irá gerar emprego e cidadania para cada brasileiro que não pode ser visto como apenas mais um.
Foto divulgação O Globo.