2018: um basta ao FEMINICÍDIO!
Por: Telma Barbosa – Diretora de Gêneros e Raças do Sindmetro/PE
Nas últimas semanas de 2017 fomos surpreendidos com mais um caso de assassinato de mulher em Pernambuco. Remis Carla Costa foi assassinada apenas por ser mulher! Tassia Mirella Sena, Liliane Franciele e mais 70 mulheres morreram em 2017 no estado de Pernambuco, todas assassinadas. Matar uma mulher, apenas por ser mulher é um crime de ódio que tem um nome que precisamos aprender; Feminicídio!
Quando uma mulher é perseguida e assassinada intencionalmente, apenas por ser mulher, é considerado Feminicidio. Agressões físicas e psicológicas, abuso ou assédio sexual, estupro, tortura, espancamentos, entre outras formas de violência que acabem em morte da mulher, também podem configurar feminicídio.
Na tentativa de impedir os crimes contra a mulher, Dilma Rousseff, sancionou a Lei 13.104, em 9 de março de 2015, conhecida como a Lei do Feminicídio. A lei altera o Código Penal e o inclui como crime hediondo. A lei não impede que o crime ocorra, Mas já é um grande passo tirar o problema da invisibilidade, além de punir com mais rigor os assassinos.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nos últimos anos pelo menos 50 mil mulheres foram mortas no Brasil, sendo os assassinatos enquadrados como feminicídio. O estudo também aponta um dado alarmante, 15 mulheres são assassinadas por dia no Brasil, devido a violência por gênero. O mapa da violência, também mostra que a taxa de assassinatos de mulheres negras aumentou 54% em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013, isso nos mostra que a violência faz as mulheres negras sofrerem muito mais do que as brancas.
A cultura machista dessa sociedade patriarcal e capitalista, onde a mulher sempre foi colocada em posição subalterna e de exploração, leva o homem a julgar que tem direitos sobre o nosso corpo e sobre a nossa vida. O machismo, a homofobia, a Lgbtfobia estimulam o feminicídio e a impunidade, a banalização do crime, o tratamento de pouca importância dado pelo estado, e a culpabilização das mulheres, incentivam a brutalidade dessa violação de direitos.
“O feminicídio íntimo é um contínuo de violência. Antes de ser assassinada a mulher já passou por todo o ciclo de violência, na maior parte das vezes, e já vinha sofrendo muito tempo antes. A maioria dos crimes ocorre quando a mulher quer deixar o relacionamento e o homem não aceita a sua não subserviência. Este é um problema muito sério.” afirma Adriana Ramos de Mello, juíza titular do 1º Juizado de Violência Doméstica contra a Mulher do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, se solidariza com a família de todas as vítimas de feminícidio, e reafirma seu compromisso na luta contra todo tipo de violência contra as mulheres e outras minorias!